Em sessão ordinária da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o deputado estadual Diego Castro (PL) fez um duro pronunciamento contra o Projeto de Lei nº 25.899/2025, que trata da reestruturação da Polícia Militar. Para ele, a proposta do governo é mais uma “manobra semântica” que não resolve os problemas reais da corporação.
Segundo o parlamentar, o texto menciona a criação de batalhões e o aumento do efetivo. No entanto, não garante avanços concretos para a categoria. Entre as falhas, Diego destacou a ausência de medidas sobre a defasagem salarial de mais de 50%, os adicionais de risco e a falta de diálogo com os policiais.
“O governo é craque em fazer malabarismo. Promete mudanças, mas não entrega nada de efetivo. Não existe debate real com a tropa”, afirmou.
Saúde mental em pauta
Além da questão salarial, Diego chamou atenção para a saúde mental dos policiais. Ele lembrou que a Bahia tem o segundo maior índice de suicídio entre militares do país. Para o deputado, o governo deveria oferecer apoio psicológico, mas tem feito o oposto.
“Quando o policial precisa de confiança, o governo responde com vigilância e câmeras. Isso transmite desconfiança e representa assédio moral”, disse.
Falta de efetivo e polícia comunitária enfraquecida
O parlamentar também criticou a ausência de concursos públicos. O projeto prevê um efetivo de 47.194 policiais, mas não apresenta cronograma de contratações. Dessa forma, segundo ele, a promessa é apenas retórica.
Além disso, Diego alertou que a criação de batalhões, acompanhada do fechamento de companhias em áreas estratégicas, afasta a polícia da comunidade. Esse modelo, em sua visão, enfraquece o conceito de polícia comunitária, essencial para aproximar a corporação da sociedade.
Críticas ao governo e apelo à Comissão de Segurança
Embora tenha reconhecido o esforço do secretário Marcelo Werner e do comandante-geral da PM, Diego responsabilizou o governador pela crise na segurança pública. Ele acusou o Executivo de boicotar a Comissão de Segurança Pública da ALBA e de tentar aprovar o projeto sem debate adequado.
Em sua fala, também parabenizou associações como a Força Invicta e a Milícia de Bravos, que ajudaram a garantir a discussão do tema.
“O governo não tem compromisso com os baianos. É por isso que a Bahia amarga hoje a pior segurança pública do Brasil”, concluiu.