A política brasileira voltou ao centro das atenções internacionais. Em 11 de setembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e crimes correlatos. A corte fixou a pena em 27 anos e 3 meses de prisão. Bolsonaro, que já cumpria prisão domiciliar, negou as acusações e anunciou que vai recorrer.
Essa decisão histórica marcou um ponto de inflexão no cenário político brasileiro. Além disso, trouxe repercussões imediatas no campo diplomático.
O peso da condenação
A sentença contra Bolsonaro não tem precedentes no Brasil. Pela primeira vez, um ex-presidente recebeu condenação por tentativa de golpe de Estado. O julgamento envolveu acusações de organização criminosa armada, golpe de Estado e dano ao patrimônio público, o que reflete a gravidade dos atos investigados após as eleições de 2022.
Por um lado, os aliados do ex-presidente insistem que ele sofre perseguição política. Por outro, os críticos defendem que o STF apenas reforçou a proteção ao Estado Democrático de Direito.
A reação dos Estados Unidos
A crise ganhou dimensão internacional poucas horas depois. Logo em seguida, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chamou o julgamento de “caça às bruxas” e prometeu que os Estados Unidos “responderão de forma adequada”.
Essa postura não surgiu do nada. Na verdade, em julho de 2025, o governo norte-americano já havia incluído Alexandre de Moraes na lista de sanções do OFAC, amparado pelo Global Magnitsky Act. A medida bloqueou ativos sob jurisdição norte-americana e restringiu relações financeiras com o ministro.
O governo brasileiro, por sua vez, reagiu com firmeza. O Itamaraty classificou as declarações de Rubio como uma intromissão em assuntos internos e um ataque à soberania nacional.
Impactos internos e internacionais
A condenação de Bolsonaro e a reação de Rubio tendem a intensificar a polarização no Brasil. De um lado, os apoiadores do ex-presidente reforçam a narrativa de que ele é vítima de perseguição, agora com respaldo internacional. De outro lado, os críticos afirmam que a democracia brasileira precisa ser protegida de ataques golpistas, independentemente das pressões externas.
No cenário internacional, a tensão com os Estados Unidos pode gerar consequências diretas em negociações comerciais, cooperação militar e até na imagem do Brasil em organismos como a ONU e a OEA.
A frase de Marco Rubio — “responderemos de forma adequada” — ainda não foi detalhada. No entanto, já é suficiente para aumentar a tensão entre os dois países. O episódio mostra como os rumos da política brasileira estão cada vez mais entrelaçados com a arena internacional.
Enquanto Bolsonaro recorre da condenação e o STF reafirma sua decisão, o governo brasileiro enfrenta o desafio adicional de administrar uma crise diplomática com a maior potência do mundo.