O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a participação na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, já que seu visto está em dia. Entretanto, a situação da comitiva ainda não está resolvida. Vários ministros e auxiliares próximos aguardam a liberação de vistos, e parte deles pode não acompanhar o presidente na viagem.
O visto de Lula e a pendência da comitiva
Enquanto Lula não enfrenta obstáculos para viajar, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) ainda depende da resposta oficial dos Estados Unidos em relação aos pedidos dos demais integrantes. Entre os nomes pendentes está o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que já enfrentou restrições em viagens anteriores devido ao programa Mais Médicos.
Além disso, a própria ONU manifestou preocupação com os atrasos, lembrando que o país-sede tem obrigação de conceder vistos de forma rápida para permitir a participação de todas as delegações. Essa cobrança reforça que a questão não se resume a um impasse burocrático, mas envolve compromissos diplomáticos assumidos internacionalmente.
O que está em jogo
O Brasil tradicionalmente abre os discursos da Assembleia Geral, e Lula fará a fala de abertura no dia 23 de setembro. Dessa forma, a composição de sua equipe é fundamental para a articulação de reuniões paralelas, encontros bilaterais e negociações multilaterais.
No entanto, caso parte da comitiva fique de fora, o Brasil pode ter sua atuação limitada. Menos ministros presentes significa menos representatividade em temas sensíveis, como saúde, meio ambiente e direitos humanos.
Contexto diplomático
Esse não é um episódio isolado. Historicamente, os Estados Unidos já enfrentaram críticas por atrasar ou negar vistos a delegações internacionais, o que coloca em xeque a aplicação do Acordo de Sede da ONU de 1947. Segundo esse tratado, o país-sede deve facilitar o acesso de todas as missões estrangeiras, independentemente de disputas políticas.
Assim, caso os vistos não sejam liberados, o Brasil pode recorrer a mecanismos legais, inclusive à arbitragem internacional, como já sinalizou o Itamaraty. Essa possibilidade, porém, traria desgaste diplomático em um momento em que Lula busca fortalecer a imagem do país como ator global.
Conclusão
Em resumo, Lula tem garantida sua presença na Assembleia da ONU, mas a participação plena do Brasil ainda depende da liberação de vistos por parte dos Estados Unidos. A resolução desse caso será um termômetro importante para medir não apenas a eficiência diplomática, mas também o grau de cooperação entre os dois países.