Na tarde desta terça-feira (16/09), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado às pressas ao hospital DF Star, em Brasília, após sentir um mal-estar em sua casa. Ele cumpre prisão domiciliar desde agosto, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, mas a decisão judicial permite atendimentos de emergência — desde que haja laudo médico enviado ao Supremo em até 24 horas.
Segundo familiares, Bolsonaro apresentou crises de soluço, vômito e queda de pressão arterial, o que levou à internação imediata. Ainda não há previsão oficial de alta.
O que dizem os boletins médicos
De acordo com as primeiras informações divulgadas, Bolsonaro está passando por uma série de exames e tratamentos. Entre os pontos já confirmados pelos médicos:
- Anemia por deficiência de ferro, que pode causar fraqueza e tontura;
- Pneumonia residual, provavelmente relacionada a episódios de broncoaspiração;
- Retirada de oito lesões de pele em procedimentos dermatológicos;
- Monitoramento por conta da pressão arterial baixa e complicações digestivas.
Apesar de não haver, até agora, indicação de risco de vida, a situação exige acompanhamento constante, já que o ex-presidente acumula um histórico clínico delicado.
Histórico de saúde: uma sequência de complicações
O estado de saúde de Jair Bolsonaro é tema recorrente desde o atentado a faca em 2018, durante a campanha presidencial. A facada comprometeu órgãos abdominais e gerou uma série de cirurgias posteriores. Desde então, ele já passou por diversos procedimentos, incluindo:
- Operações para correção de hérnias e aderências intestinais;
- Internações por obstrução intestinal — a mais recente, em abril de 2025, durou quase 12 horas de cirurgia;
- Repetidos quadros de infecção e crises digestivas.
Esse histórico ajuda a explicar por que cada novo mal-estar mobiliza atenção imediata, tanto da equipe médica quanto do cenário político.
Prisão domiciliar e efeitos políticos
Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar após ter sido condenado pelo STF a mais de 27 anos de prisão por envolvimento em tentativa de golpe de Estado. Sua condição de saúde, no entanto, tem gerado debates sobre:
- Direitos e garantias de tratamento médico adequado, mesmo sob restrição de liberdade;
- Impacto político: hospitalizações frequentes levantam questionamentos sobre sua capacidade de permanecer como liderança ativa na oposição;
- Eleições 2026: embora inelegível, Bolsonaro ainda exerce forte influência sobre seu grupo político. Sua saúde pode redefinir o rumo dessa disputa.
O que esperar daqui para frente?
O novo episódio mostra que a saúde de Bolsonaro segue instável. A combinação de anemia, problemas respiratórios e fragilidades digestivas cria um cenário em que recaídas são prováveis. Ao mesmo tempo, sua condição judicial mantém cada internação sob atenção extra do STF e da opinião pública.
Enquanto não há informações mais detalhadas dos exames, a expectativa é de que os próximos dias sejam decisivos para entender se se trata apenas de uma crise pontual ou se novas complicações podem surgir.


