O trágico assassinato da auxiliar de serviços gerais Antônia Loneide Rodrigues da Silva voltou a chocar o Ceará e o país. A trabalhadora foi morta por ordem do Comando Vermelho (CV) após se recusar a participar de um plano criminoso. Os bandidos queriam que ela envenenasse policiais em uma unidade pública. Antônia disse “não” e pagou com a própria vida. Sua atitude mostrou coragem e integridade diante do medo.
Quase um ano depois, uma nova dor se soma à tragédia. A filha de Antônia, de apenas 12 anos, vive em situação de abandono. Essa denúncia evidencia a negligência do poder público e levanta uma pergunta urgente: onde estão o Estado e as instituições que deveriam proteger os inocentes?
Além disso, o caso revela um contraste doloroso. Enquanto muitos discursos falam em direitos humanos, as vítimas da criminalidade organizada continuam esquecidas. A menina órfã representa o lado invisível dessa guerra — o lado de quem perde tudo e recebe pouco em troca.
Antônia não era uma heroína armada nem uma figura pública. Era uma mulher simples, trabalhadora e honesta. Sua decisão ética, tomada em meio ao terror, foi um ato de resistência. Por isso, sua morte e o abandono da filha devem servir como alerta e reflexão coletiva.
Dessa forma, o caso de Antônia nos lembra que sem justiça e sem proteção aos que enfrentam o crime, a violência continuará vencendo — não apenas nas ruas, mas também na memória e na consciência de todos nós.


