O eixo autoritário em colapso tem chamado a atenção da comunidade internacional após o silêncio estratégico da China e da Rússia diante dos recentes ataques ao Irã. O país, considerado peça-chave da aliança antiocidental, esperava apoio real de seus parceiros. No entanto, o que se viu foi uma ausência completa de solidariedade prática — revelando fissuras profundas nessa suposta coalizão geopolítica.
O que é o “eixo autoritário”?
Ao longo dos últimos anos, analistas passaram a identificar uma aproximação estratégica entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte — muitas vezes chamada de “eixo autoritário” ou até mesmo “o novo eixo do mal” por observadores ocidentais.
Essa união, no entanto, é sustentada por interesses econômicos e retórica antiocidental, sem qualquer compromisso formal de ajuda mútua, como ocorre na OTAN.
Eixo autoritário em colapso: quando os aliados desaparecem
A guerra entre Irã e Israel, agravada por bombardeios dos Estados Unidos, colocou o “eixo” à prova. E o resultado foi desastroso. Nenhuma ação militar, nenhum envio de armas, nenhuma promessa de reforços. Apenas protestos diplomáticos genéricos e reuniões de alto escalão — sem consequência prática.
Substituição da lealdade pela conveniênci
A China, por exemplo, mantém relações estreitas com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes — rivais diretos de Teerã. Já a Rússia prioriza sua influência sobre Israel e países do Golfo. Ambos veem o fundamentalismo islâmico iraniano como uma ameaça.
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A exceção da Coreia do Norte
Diferentemente de Moscou e Pequim, a Coreia do Norte enviou soldados e armamentos à Rússia, em cumprimento a um pacto bilateral de ajuda mútua. Porém, trata-se de uma exceção e não da regra.
Mesmo esse gesto reflete mais uma nostalgia da era soviética do que uma real estrutura de aliança globalizada.
Fratura interna: uma união só na teoria
A fragilidade institucional do eixo autoritário em colapso é agravada pela ausência de valores compartilhados. Enquanto a OTAN possui cláusulas claras de defesa coletiva, essa aliança se baseia em discursos e interesses pontuais.
Consequentemente, quando o Irã precisou, a resposta foi: cada um por si.
O fim da ilusão
O eixo autoritário em colapso mostra que alianças sem compromisso real são meras ilusões diplomáticas. Na prática, o Irã segue isolado, e seus parceiros preferem manter distância para preservar seus próprios ganhos geopolíticos.