Durante o Bom Dia Cidade, da Rádio Câmara 90.3 FM, os apresentadores Vinícius Lima e Anuska Meirelles receberam Paloma Dantas, coordenadora da Casa da Vida. Em uma entrevista emocionante, ela compartilhou a trajetória de uma instituição que transforma dor em amor, acolhendo acompanhantes de pacientes hospitalizados no Hospital Geral de Vitória da Conquista.
Um abrigo que nasceu da dor
A Casa da Vida surgiu a partir de uma tragédia. Uma vítima de depressão, tirou a própria vida em uma casa que, mais tarde, se tornaria símbolo de esperança. A dor deu lugar ao cuidado, e o espaço foi transformado em um lar de acolhimento.
Hoje, a Casa recebe acompanhantes que vêm de outros municípios sem ter onde ficar. A apenas 300 metros do hospital, ela oferece segurança, conforto e, principalmente, um ambiente de humanidade.
Mais que abrigo: acolhimento integral
A Casa oferece alimentação, higiene, cama limpa, apoio emocional e escuta. “Acolher o estrangeiro é acolher Jesus”, diz Paloma. Os hóspedes recebem quatro refeições por dia, cobertores, banho quente e um ombro amigo.
Um dos momentos mais especiais é a Ciranda da Vida, uma roda de conversa em que os hóspedes compartilham medos, dores e histórias. É nesse espaço que muitos descobrem que não estão sozinhos. O apoio mútuo fortalece e aproxima as pessoas.
Leia também Alexandre de Moraes e a Lei Magnitsky
Saúde emocional também importa
Além da estrutura básica, a Casa da Vida também cuida da saúde mental. Psicólogos e voluntários promovem conversas, atividades e momentos de espiritualidade, mesmo sem vínculo religioso. “Não me interessa a religião. Interessa que a pessoa saia daqui dizendo: ‘eu conheci o amor’”, afirma Paloma.
Os voluntários são peças fundamentais nesse processo. Muitos chegam fragilizados e encontram sentido ao servir. “Eles são cuidados enquanto cuidam. Criamos uma rede de empatia e apoio que se fortalece todos os dias.”
Histórias que ensinam e tocam
Entre as milhares de histórias vividas ali, uma marcou profundamente Paloma: a de uma jovem de 23 anos, simples e tímida, que nunca havia usado banheiro nem comido com talheres. Aos poucos, com carinho e respeito, ela se sentiu acolhida e viveu experiências inéditas — como andar de escada rolante ou ver um avião de perto.
Essa e outras histórias mostram o impacto da Casa da Vida. O sofrimento, quando compartilhado com compaixão, pode ser transformador.
Voluntariado e doações: pilares de sustentação
A Casa da Vida não conta com verbas públicas. Todo o seu funcionamento depende de doações e do trabalho voluntário. São necessários alimentos, materiais de higiene, roupas e, principalmente, apoio financeiro para cobrir despesas fixas como água, energia, gás e salários.
“É viver de milagres. Se você não acredita neles, vá até a Casa e verá que eles acontecem todo mês”, convida Paloma.
Mais de 10 mil atendimentos já foram realizados, envolvendo pessoas de 330 municípios e 23 estados brasileiros. Tudo isso graças ao esforço coletivo de uma comunidade que acredita no cuidado ao próximo.
Como ajudar?
Paloma reforça que o melhor jeito de conhecer a Casa da Vida é visitando. “Tome um café com a gente. Entre e sinta o ambiente. Depois, você mesmo vai querer compartilhar essas histórias.”
Quem quiser contribuir pode entrar em contato pelo Instagram @casadavida.vc ou pelo WhatsApp (77) 3424-2481.