Nos últimos dias, o cenário político em Brasília esquentou.
Um levantamento do Poder360, baseado no site votossenadores.com.br, revelou que 34 senadores já declararam apoio ao impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes. O dado, por si só, já chama atenção. No entanto, o que realmente surpreende é que 14 a 15 desses votos são de senadores da própria base aliada do presidente Lula.
Os números do momento
Para que o impeachment avance, é necessário o apoio de 54 senadores (dois terços da Casa).
Atualmente, a contagem está assim:
- Favoráveis: 34
- Contrários: 19
- Indefinidos: 28
Ou seja, ainda falta muito para que a proposta saia do papel. Por outro lado, o sinal de alerta para o Planalto já está aceso.
O peso da base de Lula no placar
Entre os favoráveis, encontramos nomes de partidos que ocupam ministérios e cargos estratégicos no governo federal. Além disso, a lista inclui legendas de peso como:
- União Brasil – 4 senadores
- Republicanos – 3 senadores
- PP – 3 senadores
- PSD – 2 ou 3 senadores
- PSB – 1 senador
- MDB – 1 senador
Portanto, a dissidência não vem apenas da oposição, mas também de dentro do próprio bloco que sustenta o governo.
Alguns nomes na lista
A relação completa inclui figuras conhecidas, como:
- Alan Rick (União–AC)
- Alessandro Vieira (MDB–SE)
- Marcos Pontes (PL–SP)
- Carlos Portinho (PL–RJ)
- Carlos Viana (Podemos–MG)
- Cleitinho (Republicanos–MG)
- Damares Alves (Republicanos–DF)
- Flávio Bolsonaro (PL–RJ)
- Hamilton Mourão (Republicanos–RS)
- Izalci Lucas (PL–DF)
Assim, é possível notar que a pauta une nomes da oposição e de parte da base oficial.
Contexto político e pressão internacional
O momento é ainda mais tenso por conta da recente sanção dos Estados Unidos contra Moraes, baseada na Lei Magnitsky.
A medida restringe transações financeiras do ministro em solo americano e repercutiu fortemente no Brasil. Diante disso, Lula reuniu ministros do STF para um jantar e prometeu uma manifestação formal contra as sanções.
O que isso revela?
- Fissuras internas – A presença de senadores da base no grupo pró-impeachment mostra que nem todos estão alinhados com a defesa irrestrita de Moraes.
- Caminho longo no Senado – Mesmo com os 34 favoráveis, ainda faltam 20 votos para o mínimo exigido.
- Clima institucional delicado – A tensão entre os Três Poderes se intensifica, e a relação entre Executivo e Judiciário passa por turbulência.
Olhando para frente
O avanço do impeachment dependerá de:
- Mudança de posicionamento de senadores indecisos.
- Pressão popular e articulação política.
- Decisão do presidente do Senado em pautar (ou não) o processo.
Logo, o mais provável é que o caso sirva como termômetro da relação entre o governo e o STF — e de como a base aliada pode se fragmentar diante de crises de alta repercussão.
O apoio expressivo de senadores governistas ao impeachment de Moraes não garante o resultado final. Contudo, deixa claro que a blindagem política do ministro não é tão sólida quanto parecia. Por fim, esse episódio deve marcar os próximos capítulos da política brasileira em 2025.
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