Segundo a CNN Brasil, assessores do Planalto afirmam que o governo Lula só pretende endurecer o discurso contra os Estados Unidos se uma eventual gestão Donald Trump adotar uma ação militar direta contra a Venezuela. Até lá, a ordem é manter o tom baixo, evitar críticas públicas e sustentar a imagem do Brasil como “mediador” entre Washington e Caracas.
O peso de tratar democracia e ditadura como equivalentes
Essa estratégia coloca no mesmo nível dois cenários muito diferentes. Os EUA são uma democracia consolidada, embora polarizada. A Venezuela vive sob o comando de Nicolás Maduro, acusado de perseguir opositores, manipular eleições e gerar um êxodo histórico. O governo fala em “equilíbrio” e “diálogo”, mas a prática mostra outra coisa: se houver confronto, Brasília tende a mirar suas críticas na Casa Branca — e não no regime chavista.
Neutralidade seletiva e alianças ideológicas
O Planalto diz ter preocupação com a escalada militar no Caribe. Mesmo assim, evita condenar Maduro e continua mantendo pontes com governos alinhados ao chavismo. Lula tenta se apresentar como um interlocutor neutro. Para muitos analistas, porém, essa postura revela apenas a velha simpatia ideológica pelo bolivarianismo.
O impacto na credibilidade do Brasil
Enquanto insiste em liderar negociações que avançam pouco, o Brasil perde credibilidade externa. O motivo é simples: relativiza ditaduras amigas como Caracas, Havana e Manágua. Para a oposição, a mensagem é clara. O governo que hesitou em criticar abusos na Venezuela promete elevar o tom justamente contra os Estados Unidos caso Trump decida agir.
A escolha política que define o cenário
Em vez de adotar uma posição firme em defesa da democracia na região, o governo Lula prefere proteger um aliado ideológico. Essa escolha transforma o país em contraponto a Washington e reforça a percepção de que o Brasil, mais uma vez, escolhe o lado errado da história.


