A Assembleia Legislativa da Bahia viveu um momento de tensão em 2 de setembro de 2025. Durante a votação do Projeto de Lei nº 25.899/2025, a presidente Ivana Bastos (PSD) e o deputado Alan Sanches (União Brasil) trocaram acusações em plenário. O projeto, de autoria do Executivo, propõe mudanças na estrutura da Polícia Militar da Bahia.
O desentendimento em plenário
A confusão começou quando Alan Sanches pediu a verificação de quórum. Ele alegou que a oposição tinha o direito de usar esse recurso para garantir a legalidade da votação. No entanto, Ivana Bastos afirmou que o pedido ocorreu fora do tempo regimental.
Nesse momento, o clima esquentou. O deputado reclamou que a presidente não olhava para a oposição e chegou a dizer que precisaria “gritar” para ser ouvido. Em resposta, Ivana manteve a votação e declarou que, caso não concordasse com a condução, Sanches poderia se retirar.
O parlamentar ameaçou deixar o plenário e reforçou a acusação de falta de respeito ao direito da minoria. Apesar do embate, o projeto seguiu em votação e foi aprovado.
O que diz o PL 25.899/2025
O projeto, enviado pelo governo em agosto de 2025, altera a Lei nº 13.201/2014. A proposta busca reorganizar a estrutura da Polícia Militar da Bahia. Segundo o Executivo, a mudança pretende modernizar a instituição e adaptar o comando da corporação às novas demandas da segurança pública.
Além do PL 25.899/2025, a sessão aprovou outros 13 projetos, entre eles proposições do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas dos Municípios. Esse ritmo reforça a produtividade da atual gestão da Casa.
Ivana Bastos na presidência da AL-BA
Ivana Bastos entrou para a história ao se tornar a primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa da Bahia. Deputada desde 2011, ela ocupa atualmente o seu quarto mandato. Antes, já havia presidido a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
Após a confusão com Alan Sanches, Ivana destacou que conduz o plenário com equilíbrio. Ela também afirmou que parte da reação pode estar ligada ao fato de ser mulher à frente da Casa. Nesse sentido, a presidente ressaltou que continuará priorizando o diálogo, mas sem abrir mão da agilidade nas votações.
Análise política
O episódio revela alguns pontos importantes. Primeiro, a oposição tenta usar recursos regimentais para ganhar espaço no debate. Segundo, a presidência busca manter o ritmo das votações, o que gera atritos naturais. Além disso, a discussão evidenciou como a questão de gênero ainda pesa no ambiente político.
Portanto, o conflito não se resume a uma disputa momentânea. Ele reflete as tensões entre governo e oposição, mostra os desafios da condução feminina em espaços de poder e chama atenção para o impacto do PL 25.899/2025 na segurança pública baiana.