Nos últimos dias, circulou nas redes sociais a afirmação de que Cristina Fernández de Kirchner não devolveu sua parte dos 685 bilhões de pesos argentinos desviados. Segundo a publicação, a Justiça já estaria confiscando seus bens, incluindo sua casa. A notícia ganhou força, mas o cenário real é diferente.
A origem dos 685 bilhões de pesos
Esse valor tem base em dados oficiais. Os peritos da Corte Suprema argentina atualizaram os prejuízos ligados à causa Vialidad, processo que envolveu fraudes em contratos de obras públicas em Santa Cruz.
Em 2022, a estimativa era de 84,8 bilhões de pesos (cerca de US$ 500 milhões). Depois das correções monetárias e da inflação, o montante saltou para quase 685 bilhões de pesos.
Responsabilidade solidária
A Justiça responsabilizou todos os condenados de forma solidária. Isso significa que o Estado pode cobrar a dívida inteira de qualquer um deles, caso os outros não paguem. Dessa forma, a cobrança pode recair totalmente sobre Cristina Kirchner, se necessário.
O que acontece se não pagar
O Tribunal Oral Federal N°2 fixou um prazo de 10 dias úteis. Durante esse período, os condenados precisam depositar o valor ou oferecer bens em substituição. Caso contrário, o tribunal iniciará o confisco judicial dos bens já embargados. Portanto, o risco de perder imóveis e investimentos é real.
Bens na mira da Justiça
A lista de bens inclui imóveis em Buenos Aires e Santa Cruz, propriedades em El Calafate e o hotel Los Sauces. Além disso, departamentos em Recoleta, mesmo doados aos filhos Máximo e Florencia, continuam sob risco.
Não se trata apenas de imóveis. O bloqueio também pode atingir contas bancárias, aplicações financeiras e ações de empresas como Apple, Microsoft e Mercado Libre.
Por outro lado, as doações feitas em 2016 não garantem proteção. Para os juízes, essas transferências buscavam apenas evitar bloqueios futuros.
Condenação e restrições
Cristina Kirchner recebeu pena de seis anos de prisão por administração fraudulenta. Atualmente, cumpre prisão domiciliar, usa tornozeleira eletrônica e tem restrições de visitas. Além disso, perdeu o direito de ocupar cargos públicos em caráter definitivo.