A recente sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, que deveria ser marcada por celebração e reflexão, acabou sendo ofuscada por um lamentável episódio de intolerância e contradição política. Durante o evento, a vereadora Doutora Lara foi interrompida em seu discurso na tribuna devido a vaias e intervenções agressivas, que partiram tanto de parte da plateia quanto de colegas parlamentares.
Um episódio lamentável na sessão solene
Essa atitude destoou do objetivo da sessão, que buscava enaltecer a luta feminina de forma ampla e plural. Silenciar a vereadora por divergências ideológicas contradiz o discurso de defesa das mulheres. A valorização feminina deve incluir todas as mulheres, independentemente de suas ideias políticas.

Contradição do vereador Alexandre Xandó
O vereador Alexandre Xandó demonstrou essa incoerência. Em seu discurso, ele destacou a importância da educação, da autonomia financeira e do combate ao machismo para proteger as mulheres. No entanto, ao mesmo tempo, ele foi um dos mais exaltados ao tentar interromper e constranger a vereadora Doutora Lara. Essa atitude desrespeitou uma colega parlamentar e revelou um comportamento machista disfarçado. O episódio mostrou que, para alguns, o discurso em defesa das mulheres só vale quando se alinha a interesses ideológicos específicos.
A nota oficial e o alerta democrático
A vereadora Lara publicou uma nota oficial que destacou a gravidade do ocorrido. Ela afirmou que a tentativa de censura no parlamento é um tipo de comportamento que fragiliza a democracia, que depende do respeito à pluralidade de ideias para se manter sólida.
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A importância do respeito à divergência
O episódio deve servir de alerta. Respeitar a voz de uma mulher é essencial, independente de sua orientação política. Caso contrário, a defesa dos direitos femininos se torna apenas um discurso conveniente, vazio de coerência e autenticidade.