Durante um evento em América Dourada, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), fez uma declaração polêmica. Em vídeo que circula nas redes sociais, ele afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores deveriam “pagar a conta” e ser “mandados para a vala com enchedeira”. Como resultado, parlamentares da oposição reagiram de forma imediata.
Deputados consideram a fala uma ameaça
De acordo com o deputado estadual Leandro de Jesus (PL), a declaração representa não apenas uma ameaça, mas também um possível crime. Já o deputado Diego Castro (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, apresentou uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Castro, o governador ultrapassou os limites da liberdade de expressão. Além disso, ele afirmou que Jerônimo está incentivando o ódio político e promovendo a perseguição a opositores. Para ele, esse tipo de atitude compromete a neutralidade da gestão pública.
Uso político do cargo também é alvo de críticas
Adicionalmente, os parlamentares acusam o governador de utilizar a estrutura do Estado para atacar adversários. Conforme argumentam, esse comportamento viola princípios fundamentais da administração pública, como a impessoalidade e a ética institucional.
Por esse motivo, Diego Castro defende que o STF trate o caso com isonomia. Em outras palavras, ele cobra o mesmo rigor aplicado a políticos da direita contra integrantes da esquerda que, segundo ele, também promovem desinformação.

Jerônimo atribui queda de Lula às ‘mazelas’ de Bolsonaro
A declaração de Jerônimo aconteceu em meio à divulgação de pesquisas que mostra queda na aprovação do presidente Lula. Segundo o levantamento da Genial/Quaest, a avaliação negativa do governo federal ultrapassou a positiva. No Nordeste, a perda de apoio foi ainda mais significativa.
Diante disso, o governador atribuiu a queda nas pesquisas aos efeitos do governo Bolsonaro. Ele também mencionou a saúde do presidente como um fator que o afastou das atividades públicas, prejudicando sua imagem.
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Discurso institucional ou radicalização política?
Nesse contexto, o episódio reacendeu o debate sobre os limites da retórica política. Para muitos críticos, a fala de Jerônimo colabora com um ambiente de hostilidade e polarização. Especialistas em comunicação política também alertam que discursos agressivos podem enfraquecer a credibilidade institucional.
Consequentemente, essa postura pode afastar a atenção das verdadeiras prioridades da população. Violência urbana, problemas na educação e deficiências na saúde pública continuam exigindo respostas do governo estadual.