A repercussão do vídeo também reacendeu críticas ao governo Lula, que há anos mantém uma postura de aproximação política com a Venezuela de Nicolás Maduro. Para muitos analistas, o gesto de Maduro funciona como um reflexo dessa política externa, que insiste em tratar o regime venezuelano como aliado diplomático, mesmo em meio às denúncias de autoritarismo, crises internas e violações de direitos.
O governo Lula, ao adotar um discurso mais brando sobre Maduro e evitar condenações diretas, acaba abrindo espaço para que episódios como esse ganhem interpretação pública de chancela ou alinhamento. Enquanto países da América Latina e da Europa endurecem a postura contra o regime venezuelano, o Brasil segue adotando uma via de diálogo considerada, por críticos, excessivamente tolerante.
Além disso, a proximidade simbólica entre setores da esquerda brasileira e o governo venezuelano gera desconforto interno. Quando surge um vídeo em que Maduro agradece o Brasil e cita movimentos como o MST, parte da população entende isso como consequência direta da política externa lulista — uma política que, segundo opositores, prioriza afinidades ideológicas em vez de princípios democráticos.
Consequentemente, o episódio levanta questões importantes:
- Até que ponto o governo brasileiro deveria manter laços estreitos com regimes classificados como autoritários por organismos internacionais?
- Qual é o impacto dessa postura na imagem do Brasil no cenário global?
- E como essa aproximação influencia o debate político interno, já tão polarizado?
Para críticos do governo Lula, o vídeo não é apenas uma manifestação isolada de Maduro: é o resultado de um ambiente político no qual o Brasil se coloca, por escolha, mais próximo de líderes que enfrentam acusações graves em suas próprias nações.
Por fim, o episódio serve como lembrete de que escolhas diplomáticas têm consequências — e que gestos internacionais podem reverberar profundamente na política interna do país.


