Em Belém (PA), professores da rede pública protestaram contra os investimentos destinados à COP30. Eles afirmam que o governo tem bilhões para o evento internacional, mas não garante recursos suficientes para a educação estadual.
O contexto: a COP30 e os investimentos
A capital paraense será sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, marcada para novembro de 2025. O governo estadual anunciou cerca de R$ 4 bilhões em obras e infraestrutura para preparar a cidade.
Enquanto isso, escolas públicas enfrentam problemas estruturais e professores cobram melhores condições de trabalho. Para a categoria, os gastos com o evento contrastam com a falta de valorização do ensino.
As reivindicações dos professores
Os educadores exigem respeito aos direitos trabalhistas, melhores salários e condições de ensino adequadas.
Eles também criticam a Lei 10.820/2024, que, segundo sindicatos, ameaça o ensino presencial em comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
Nos protestos, houve registro de repressão policial com uso de spray de pimenta, o que aumentou a tensão entre o governo e os trabalhadores da educação.
A crítica central: “Tem dinheiro para a COP, mas não tem pra educação”
O slogan virou símbolo da mobilização.
Os professores denunciam que o Estado prioriza obras para turistas e autoridades, enquanto escolas seguem sem recursos.
Eles dizem que o governo busca uma “imagem verde” para o mundo, mas ignora a realidade de salas superlotadas e falta de material básico.
Para os manifestantes, o evento ambiental não pode servir apenas como vitrine política. Eles defendem que os investimentos da COP30 também beneficiem a população local, especialmente os estudantes da rede pública.
O que está em jogo
A crise revela uma contradição: o Pará quer ser exemplo de sustentabilidade, mas ainda falha em garantir educação de qualidade.
A situação afeta comunidades indígenas e rurais, que dependem de políticas educacionais específicas.
Se o governo não resolver essas pendências, corre o risco de chegar à COP30 com uma imagem de descuido social e ambiental.
Considerações finais
O protesto dos professores de Belém levanta uma questão fundamental: para quem servem os grandes eventos internacionais?
A resposta, segundo os manifestantes, é clara — o progresso só é real quando inclui a educação.
Enquanto a cidade se prepara para receber o mundo, os educadores pedem algo simples: respeito, valorização e prioridade.


