A recente pesquisa Datafolha acendeu um alerta vermelho no governo Lula. A queda na popularidade do presidente atingiu níveis piores que os registrados durante o escândalo do mensalão, evidenciando um desgaste significativo. A oposição comemora, e a direita liderada por Bolsonaro enxerga no cenário uma oportunidade real de derrotar o PT nas próximas eleições. Mas será que isso é suficiente?
O PT JÁ SUPEROU CRISES MAIORES
A história mostra que o PT tem uma resiliência política impressionante. Em 2005, Lula enfrentou o mensalão, um dos maiores escândalos de corrupção do país. A oposição estava confiante de que aquele seria o fim do governo petista. No entanto, em 2006, Lula não apenas se manteve de pé, como foi reeleito com ampla vantagem.
Da mesma forma, Dilma Rousseff viu sua popularidade despencar durante as manifestações de 2013. A queda foi brusca: de 57% de aprovação para apenas 30% em semanas. Parecia o fim de sua trajetória política. Mas, em 2014, ela conseguiu se reeleger, mesmo sob forte rejeição.
O PT tem um histórico de recuperação rápida. O partido sabe usar a máquina pública, mobilizar sua militância e construir narrativas eficazes para reverter cenários desfavoráveis.

Leia também Quando o Funcionário Vira Ladrão
A DIREITA ESTÁ MAIS FORTE, MAS BASTA?
O cenário atual tem uma diferença crucial: a direita nunca esteve tão organizada. Com Bolsonaro como principal líder da oposição, há uma base fiel e engajada que não existia nas crises anteriores do PT. Diferente de 2006 e 2014, quando a oposição era fragmentada e sem um nome forte, agora há um líder consolidado, com milhões de eleitores convictos.
Além disso, o antipetismo é mais forte do que nunca. Desde o impeachment de Dilma e as denúncias da Lava Jato, grande parte do eleitorado rejeita o PT de forma irreversível. A dificuldade do governo Lula em controlar a inflação e entregar resultados concretos apenas alimenta essa rejeição.

O GRANDE DILEMA DA DIREITA: QUEM SERÁ O CANDIDATO?
Após a reeleição de Dilma em 2014, Bolsonaro iniciou sua caminhada rumo à presidência, intensificando seu discurso conservador e sua presença nas redes sociais. Em 2018, conseguiu canalizar o sentimento antipetista e venceu a eleição, consolidando um novo campo político no Brasil.
Agora, a menos de dois anos da eleição, a direita enfrenta um dilema: quem será o candidato? Bolsonaro segue como figura central, mas sua inelegibilidade pode forçar o grupo a buscar outro nome. Alternativas como Tarcísio de Freitas e Ratinho Jr. são cogitadas, mas nenhum deles tem, até o momento, o mesmo impacto eleitoral de Bolsonaro.
O PT CONSEGUIRÁ SE REERGUER MAIS UMA VEZ?
O PT sempre se mostrou capaz de reagir a crises, mas o desgaste é real. O governo já enfrenta dificuldades internas e a comunicação não tem sido suficiente para conter a insatisfação popular. A troca na Secretaria de Comunicação indica que o Planalto sabe que precisa agir rápido.
A grande pergunta é: a força da direita atual será suficiente para vencer o PT em 2026? Se a oposição continuar mobilizada e se Lula não conseguir reverter a crise econômica, o cenário pode ser diferente das reeleições anteriores.
O jogo está aberto. O PT já provou sua capacidade de sobrevivência, mas agora enfrenta uma direita mais organizada e um antipetismo consolidado. A popularidade de Lula derrete, mas subestimar o PT sempre foi um erro cometido por seus adversários.