Chapa dos Sonhos ou Pesadelo? Rui Costa, Wagner e Coronel Agitam Bastidores

A formação da chapa majoritária para as eleições de 2026 na Bahia está aquecendo os bastidores políticos, trazendo à tona tensões e negociações que podem redefinir alianças e estratégias. Entre os protagonistas dessa narrativa estão o senador Angelo Coronel (PSD), o governador Jerônimo Rodrigues (PT), e as figuras emblemáticas do PT baiano, Jaques Wagner e Rui Costa.

A “chapa dos sonhos” imaginada por petistas – com Jerônimo, Wagner e Rui ocupando as principais vagas – tem gerado preocupações e possibilidades de ruptura na base aliada. Angelo Coronel, que busca a reeleição ao Senado, já demonstrou que não está disposto a ser deixado de lado sem luta. Em declarações recentes, o senador sinalizou que, caso o PSD seja excluído da formação majoritária, ele não hesitará em provocar um racha, ainda que isso possa beneficiar a oposição.

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Coronel: a força política que não aceita ser escanteada

Desde sua ascensão à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia em 2017, Angelo Coronel tem demonstrado habilidade política e resiliência. Catapultado ao Senado em 2018, ele consolidou sua posição ao liderar uma bancada expressiva no Legislativo baiano e ao assumir a relatoria do Orçamento Geral da União de 2025. Apesar da postura leal do PSD à base petista, Coronel tem reafirmado sua determinação de permanecer na chapa de 2026, mesmo que isso exija medidas drásticas.

O recente vídeo divulgado pelo senador, onde ele sugere que tentam “dar uma rasteira” nele, foi interpretado como uma crítica velada às movimentações internas do PT. Em resposta, Jerônimo Rodrigues tentou minimizar o impacto, reafirmando a unidade da base e destacando a importância do PSD no projeto político estadual.

Preparado para a rasteira? Senador Angelo Coronel (PSD-BA) ironiza articulações políticas enquanto corre ao lado da esposa: ‘Tem gente querendo que eu passe a rasteira, vem me proteger, gente!

Rui e Wagner: aliados históricos, mas distantes

Rui Costa e Jaques Wagner, pilares do PT na Bahia, enfrentam um momento de divergência silenciosa. A “guerra fria” entre os dois tem influenciado as articulações para 2026, especialmente nas eleições municipais de 2024, que são vistas como estratégicas para fortalecer a base aliada. Enquanto Wagner apoia a pré-candidatura de Geraldo Júnior (MDB) à prefeitura de Salvador, Rui tem priorizado um diálogo próximo com prefeitos baianos, intensificando sua presença em Brasília.

Embora a hipótese de Rui Costa disputar novamente o governo do estado seja ventilada, tanto seu grupo quanto o de Wagner rejeitam a ideia. A disputa pelas duas vagas ao Senado também tem gerado debates, com o presidente Lula tentando mediar os interesses para evitar um rompimento que possa prejudicar a campanha nacional do PT.

A oposição observa: ACM Neto e o aceno a Coronel

Enquanto o PT enfrenta suas disputas internas, a oposição, liderada por ACM Neto (União Brasil), acompanha atentamente os desdobramentos. Em entrevista recente, Neto afirmou que estaria disposto a dialogar com Angelo Coronel caso o PSD rompesse com a base governista. O vice-presidente nacional do União Brasil elogiou a atuação de Coronel no Senado, reforçando a possibilidade de uma futura aliança.

Essa postura estratégica de Neto, somada às fragilidades que uma ruptura no PT pode causar, abre caminho para que a oposição ganhe força nas eleições de 2026.

Eleição na Bahia: uma batalha de articulações

Embora a chapa formada por Jerônimo Rodrigues, Jaques Wagner e Rui Costa pareça imbatível no papel, as eleições são ganhas não apenas nas urnas, mas também na construção de alianças sólidas. O desafio do PT será evitar que as tensões internas prejudiquem sua base e abram espaço para que figuras como Angelo Coronel fortaleçam a oposição.

Com movimentos calculados e acenos estratégicos, 2026 promete ser um ano decisivo para a política baiana, com impactos que podem ressoar nacionalmente. A questão central será: até onde cada grupo estará disposto a ceder para evitar rupturas e garantir a vitória?

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