O ator e diretor Wagner Moura voltou a se posicionar sobre política e democracia durante sua participação em um evento recente na Bahia. Ele relembrou episódios de resistência popular e aproveitou para direcionar críticas à condução da área cultural nos governos do PT. Segundo Moura, paradoxalmente, a gestão de ACM (Antonio Carlos Magalhães) teria proporcionado momentos mais consistentes para a cena artística baiana do que administrações petistas.
Democracia e resistência no sertão
Durante sua fala, Moura recordou uma cena emblemática de eleições passadas. Trabalhadores tiveram seus ônibus barrados pela Polícia Rodoviária para impedir o retorno às urnas. No entanto, mesmo diante da dificuldade, eles desceram do transporte e seguiram a pé, no sertão da Bahia, até conseguirem votar.
“Isso, pra mim, é uma compreensão do que seja democracia muito mais profunda e bela”, afirmou.
Além disso, o ator comparou esse espírito de resistência às práticas do Congresso, onde parlamentares buscam resolver internamente situações que deveriam ser tratadas com transparência. Para ele, “a democracia é o equilíbrio entre poderes. Quando um poder decide resolver tudo sozinho, isso é a coisa mais antidemocrática possível”.
A força do Nordeste nas manifestações
Moura destacou também que as manifestações recentes no Brasil foram uma resposta clara contra a tentativa de esvaziar a participação popular. Assim, segundo ele, o Nordeste segue como exemplo de resistência política e consciência democrática, mantendo viva uma tradição de luta.
Críticas ao PT na área cultural
As declarações de Wagner Moura repercutiram em meio à entrevista publicada pelo Política Livre. Nela, ele criticou a forma como os governos do PT trataram a cultura na Bahia. Moura chegou a dizer que, sob ACM, a área viveu “dias melhores” em alguns aspectos.
Essa afirmação gerou polêmica, sobretudo entre militantes históricos do partido. Porém, reforça a postura crítica do ator em relação às gestões que, em sua visão, se distanciaram das demandas do setor cultural.
Defesa da democracia e cobrança por mudanças
O discurso de Moura combina duas frentes: a defesa intransigente da democracia e a cobrança por uma política cultural mais efetiva e conectada à realidade dos criadores. Portanto, suas falas geram debate e mantêm viva a discussão sobre o futuro da cultura e da política no Brasil.