O deputado estadual Alan Sanches, líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e médico ortopedista, respondeu às críticas feitas pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima sobre sua atuação e afirmações a respeito da saúde pública no estado. Em uma fala firme, o deputado destacou a necessidade de enfrentar os problemas estruturais da saúde baiana, com foco em dados concretos e transparência.
Contexto do embate
Geddel havia sugerido que Alan Sanches fosse mais cauteloso ao tratar de questões de saúde pública, mencionando a complexidade das políticas do setor e a interligação entre municípios e estado. No entanto, Alan rebateu com dados alarmantes sobre o desabastecimento de vacinas e a precariedade da saúde pública, reafirmando sua posição com base em informações do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e em reportagens recentes.
Destaques da Resposta de Alan Sanches
- Desabastecimento de Vacinas e Crescimento de Doenças
Alan apresentou dados preocupantes sobre o aumento de casos de doenças como a catapora (varicela), que tiveram um crescimento de 216% desde 2020. Ele alertou sobre a falta de vacinas no estado, especialmente as relacionadas à varicela, destacando que a vacinação é uma das principais ferramentas de prevenção em saúde pública. - Investimentos Ineficientes
O deputado comparou os altos repasses financeiros da Prefeitura de Salvador ao estado para atendimentos de alta complexidade, que somam cerca de R$ 800 milhões por ano, com o custo de operação do Hospital Municipal de Salvador, que consome aproximadamente R$ 144 milhões anuais. Ele argumentou que uma melhor gestão desses recursos poderia ampliar significativamente a oferta de serviços de saúde no estado. - Defesa da Medicina Preventiva
Alan reforçou a necessidade de fortalecer a medicina preventiva, especialmente no que diz respeito à vacinação, como forma de evitar crises maiores no futuro. Segundo ele, a saúde da Bahia já está “na UTI” e requer ações imediatas para evitar colapsos. - Fila de Regulação e Infraestrutura Insuficiente
O deputado mencionou os longos períodos de espera na fila de regulação, que chegam a durar anos, mesmo para atendimentos em hospitais especializados, como o Hospital Ortopédico. Apesar da excelência dos serviços oferecidos em algumas unidades, ele destacou que a quantidade de atendimentos ainda é insuficiente para atender à demanda da população.
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As Declarações de Geddel Vieira Lima
Geddel sugeriu que Alan adotasse mais cautela ao tratar de temas sensíveis como saúde pública. Ele reconheceu os desafios do setor, mas destacou que a situação não deveria gerar alarde desnecessário:
“A saúde do estado vai muito bem, com os problemas já conhecidos, que não se resolvem com facilidade. É importante ter cuidado para não gerar pânico nas pessoas.”
Ele também mencionou a interligação entre os sistemas municipais e estaduais, afirmando que dificuldades locais muitas vezes sobrecarregam a política de saúde do estado.
A Resposta de Alan Sanches
Alan, por sua vez, iniciou sua resposta de forma respeitosa, mas discordou veementemente das afirmações de Geddel. Ele destacou dados preocupantes sobre a vacinação e a alta de casos de doenças como a catapora:
“Os dados que apresentei não são meus. São informações do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que apontam um aumento de 216% nos casos de catapora desde 2020. Isso é reflexo do desabastecimento de vacinas na Bahia.”
Além disso, o deputado ressaltou que não se pode ignorar os problemas da saúde pública:
“A saúde do estado já está na UTI. Não dá para dizer que está bem enquanto pacientes esperam anos na fila de regulação e faltam vacinas para doenças graves.”
Gestão de Recursos e Foco na Prevenção
Alan também criticou a gestão financeira da saúde na Bahia. Ele comparou o orçamento repassado pela Prefeitura de Salvador ao estado com os custos operacionais do Hospital Municipal, argumentando que uma administração mais eficiente poderia ampliar os serviços prestados.
Outro ponto levantado foi a importância da medicina preventiva:
“A vacinação é essencial para evitar crises futuras. Não podemos focar apenas na medicina curativa. Prevenir é mais eficiente e salva vidas.”
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