O estado da Flórida implementou recentemente uma norma que determina a remoção de faixas de pedestres com pinturas de cunho social, político ou ideológico. A decisão inclui a retirada de faixas coloridas com as cores do arco-íris, utilizadas em algumas cidades como símbolo do movimento LGBTQIA+.
De acordo com o Departamento de Transporte da Flórida (FDOT), a medida busca garantir padronização, segurança e neutralidade visual nas vias públicas. Segundo o órgão, faixas e sinalizações devem seguir padrões técnicos uniformes, com foco exclusivo na orientação e proteção dos pedestres e motoristas.
Justificativas e objetivos
A principal justificativa é evitar distrações visuais e interpretações subjetivas em locais onde a sinalização tem função técnica. O governo estadual afirma que o excesso de variações visuais pode comprometer a legibilidade das faixas e dificultar a identificação de áreas de travessia, especialmente em regiões de tráfego intenso.
A decisão também reforça o princípio de que o espaço público deve manter caráter institucional e impessoal, sem promover ou excluir grupos específicos. Dessa forma, busca-se evitar disputas simbólicas em locais destinados à circulação e à segurança viária.
Aplicação da norma
A norma estadual é de abrangência geral e se aplica a qualquer tipo de pintura com conteúdo social, político, religioso ou ideológico. Cidades como Miami Beach e Orlando tentaram manter as faixas coloridas por entenderem que elas possuem valor cultural, mas tiveram de se adequar após decisões judiciais que confirmaram a validade da regra estadual.
O Departamento de Transporte enfatiza que a padronização é uma prática comum em diversos estados e países, justamente para preservar a coerência do sistema de trânsito. A diretriz segue parâmetros semelhantes aos adotados pelo Manual Federal de Dispositivos Uniformes de Controle de Tráfego (MUTCD), que orienta o uso de sinalização viária em todo o território norte-americano.
Debate público e perspectivas
Embora a decisão tenha gerado debate, autoridades da Flórida afirmam que a nova diretriz não busca censurar símbolos culturais, mas estabelecer critérios técnicos claros sobre o uso de espaços públicos. A proposta é que manifestações simbólicas ocorram em locais apropriados, como praças, murais e eventos oficiais, sem interferir na sinalização de trânsito.
Para o governo estadual, a medida reforça a importância de distinguir o espaço da mobilidade urbana do espaço da expressão social, garantindo que ambos coexistam de forma organizada e segura.
Conclusão
A política adotada pela Flórida reflete uma tentativa de equilibrar segurança viária, padronização técnica e neutralidade institucional. Ao centralizar a regulação das pinturas em vias públicas, o Estado busca assegurar que o ambiente urbano mantenha clareza, funcionalidade e respeito aos padrões universais de trânsito.