O episódio envolvendo o ativista Wilker Leão reacendeu o debate sobre liberdade de expressão dentro das universidades brasileiras. Ele tentou assistir a uma aula, mas encontrou resistência imediata de militantes e de parte do corpo docente. Em vez de diálogo, surgiram hostilidade, intimidação e tentativas de expulsá-lo do espaço acadêmico. O caso, portanto, revela um problema maior: a incapacidade de alguns professores de lidar com vozes conservadoras sem transformar a divergência em conflito.
Desde o início, Leão buscou apenas exercer o direito de acompanhar uma aula pública. No entanto, alguns docentes reagiram como se sua presença representasse uma ameaça. Essa postura criou um clima de tensão que afastou qualquer chance de debate saudável. Além disso, ao tentar retirar o ativista à força verbal, o grupo demonstrou uma intolerância que contradiz o discurso de pluralidade tão defendido dentro das universidades.
A situação se agravou porque, em vez de argumentar, os professores escolheram a imposição. Essa escolha mostra um ambiente onde a política se sobrepõe ao aprendizado. Enquanto isso, estudantes observam e absorvem esse comportamento, o que reforça a ideia de que quem pensa diferente não tem espaço.
Outro ponto preocupante surge quando analisamos o papel institucional da universidade. Ela deveria garantir segurança, liberdade de manifestação e convivência democrática. Porém, quando parte do corpo docente age de forma hostil, o espaço deixa de acolher a diversidade e passa a reproduzir um único discurso. Esse comportamento empobrece a formação acadêmica e reduz a capacidade crítica dos alunos.
Além disso, quando docentes tratam um visitante como inimigo político, eles abandonam sua responsabilidade social e intelectual. A universidade não existe para proteger grupos ideológicos; ela existe para fomentar o debate e permitir que opiniões divergentes convivam. Por isso, muitos enxergam no caso de Leão um alerta: a política partidária está engolindo a missão pedagógica.
No final, o episódio revela uma contradição profunda. Embora defendam tolerância e democracia, alguns professores adotam práticas que silenciam quem pensa diferente. Assim, o caso Wilker Leão mostra que a universidade precisa rever comportamentos, recuperar a abertura ao diálogo e abandonar a ideia de que discordância é inimiga da educação.


