Enquanto a maioria dos países rejeita Nicolás Maduro, o Brasil tem mantido uma postura controversa ao se alinhar ao regime venezuelano. A decisão de apoiar o governo chavista levanta dúvidas sobre os rumos da política externa brasileira.
A posse ilegítima e o apoio brasileiro
Em janeiro de 2025, Nicolás Maduro tomou posse para um terceiro mandato após eleições amplamente contestadas. A falta de transparência no pleito de julho de 2024 gerou rejeição de países como Estados Unidos, nações europeias e vários vizinhos latino-americanos.
Apesar disso, o Brasil foi um dos poucos países a enviar representantes à cerimônia de posse. Essa decisão gerou críticas, especialmente pelo caráter ilegítimo do processo eleitoral venezuelano. A presença brasileira reforçou a imagem de apoio ao regime chavista, em contraste com princípios de defesa da democracia.

Militarismo e retórica agressiva
Maduro segue ampliando seu controle por meio de discursos inflamados e demonstrações de força. Recentemente, durante o exercício militar “Escudo Bolivariano”, ele declarou que as forças armadas deveriam “quebrar os dentes” de qualquer ameaça externa. Esse evento mobilizou 150 mil soldados e levou ao fechamento temporário da fronteira com o Brasil.
Enquanto isso, a Venezuela enfrenta uma crise humanitária devastadora, com milhares de cidadãos fugindo para o Brasil em busca de segurança e condições básicas de vida. A contradição entre o discurso de Maduro e a realidade de seu povo é evidente.
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O Brasil e o impacto regional
A decisão brasileira de comparecer à posse de Maduro envia uma mensagem de apoio que enfraquece esforços internacionais para isolar o regime. Além disso, declarações absurdas, como a ameaça de Maduro de “libertar” Porto Rico com ajuda do Brasil, geram ainda mais constrangimento.
Embora o governo brasileiro mantenha relações diplomáticas com a Venezuela, essa proximidade com o chavismo é vista como um retrocesso na política externa do país. O Brasil, historicamente defensor da democracia, parece agora ignorar os abusos de um regime autoritário.
O preço do silêncio
Ao evitar criticar o governo Maduro, o Brasil compromete sua credibilidade no cenário internacional. A postura de apoio tácito ao chavismo levanta dúvidas sobre os valores que orientam a diplomacia brasileira.
Esse alinhamento pode ter consequências graves, tanto para a estabilidade da América Latina quanto para a imagem do Brasil. Apoiar líderes que rejeitam princípios democráticos é um risco que não se pode subestimar.