Em entrevista concedida ao programa Bom Dia Cidade, da Rádio Câmara 90.3 FM, a empresária, cafeicultora e artista plástica Valéria Vidigal falou sobre sua trajetória e os principais desafios da cafeicultura no Planalto da Conquista. A conversa, conduzida por Vinícius Lima e Anuska Meirelles, também abordou a relação entre arte, turismo rural e desenvolvimento regional.
Desde 2007, Valéria é idealizadora do Encontro Nacional do Café, evento que se tornou uma das principais vitrines da cafeicultura do Sudoeste da Bahia. Segundo ela, a iniciativa nasceu da percepção de que a Bahia tinha pouca representatividade técnica em eventos nacionais sobre o setor.
“Participo de feiras e encontros pelo Brasil. Percebi que a nossa região precisava mostrar seu potencial técnico e produtivo”, afirmou.
Compromisso com a excelência
Ao longo da entrevista, Valéria compartilhou detalhes do processo de produção do Café Vidigal, marca da qual é fundadora. Com práticas voltadas à qualidade sensorial do grão, a fazenda adota colheita seletiva, fermentação natural e torra controlada. Como resultado, o café da propriedade já foi premiado em concursos estaduais e nacionais, incluindo o tricampeonato no projeto Florada Premiada.
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Além disso, ela enfatizou que a produção de cafés especiais exige paciência, conhecimento técnico e cuidado em todas as etapas, desde o plantio até a embalagem.
“Colhemos somente grãos maduros. Isso exige mais trabalho, mas garante um café naturalmente doce, que muitas vezes nem precisa de açúcar”, explicou.

Integração entre cultura, agro e turismo
Outro aspecto destacado por Valéria foi a proposta inovadora de integrar café e arte. A Fazenda Vidigal abriga uma galeria de arte a céu aberto, além de oferecer experiências voltadas para turismo pedagógico, ecológico e cultural. De acordo com a empresária, o objetivo é apresentar o café como um elemento histórico, educativo e sensorial.
Por meio de instalações artísticas e exposições, os visitantes conhecem desde a importância do café na economia brasileira até seu papel em eventos como a Semana de Arte Moderna e a criação do 14-Bis, de Santos Dumont, financiado com recursos da cafeicultura.
“O café influenciou a arte, a ciência e o progresso do Brasil. Na fazenda, unimos produção, memória e experiência sensorial para mostrar isso”, ressaltou.
XVI Encontro Nacional do Café
Durante a entrevista, Valéria também anunciou os preparativos para a 16ª edição do Encontro Nacional do Café, que acontecerá nos dias 12, 13 e 14 de setembro. O evento terá uma programação diversificada, com palestras técnicas, minicursos, estandes empresariais e oficinas de campo.
Neste ano, o encontro trará novidades, como uma feira literária dedicada à cultura cafeeira, e o Coffee Kids, espaço com atividades voltadas ao público infantil. Haverá ainda ações com escoteiros, além da participação de empresas de várias regiões do país.
Segundo Valéria, o evento será gratuito e aberto ao público. Toda a programação será divulgada nas redes sociais da organizadora, por meio do perfil @valeriavidigal.
Conclusão
A entrevista de Valéria Vidigal evidencia como a produção cafeeira pode ser uma plataforma para inovação, cultura e desenvolvimento social. Ao reunir tecnologia agrícola, educação e valorização da história local, sua atuação transforma a cafeicultura do Planalto da Conquista em um modelo de referência nacional.