A movimentação do Partido dos Trabalhadores (PT) para lançar uma chapa “puro-sangue” nas eleições de 2026 na Bahia tem causado atritos dentro da base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O cenário se torna ainda mais complexo com a reeleição do senador Angelo Coronel (PSD) no centro das discussões.
A Disputa pelas Vagas no Senado
Com o fim dos mandatos de Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), o PT busca garantir uma das cadeiras para o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A proposta tem sido chamada nos bastidores de “superchapa dos vencedores”, pois incluiria três ex-governadores: Rui Costa e Jaques Wagner no Senado e Jerônimo Rodrigues no governo estadual.
Entretanto, Ângelo Coronel reafirma sua candidatura à reeleição
Eu não sou de escalar time de ninguém. Cada partido tem o direito de escolher seus filiados e colocá-los nas posições que acharem interessantes. O nosso partido ainda não se posicionou; vamos nos posicionar apenas em março do próximo ano. Acho muito infantil tratar das eleições com dois anos de antecedência. Eu sempre digo que o apressado come cru. Então, vamos esperar até março do próximo ano para que o partido tome uma decisão”
PSD Cresce e Se Fortalece no Estado
O PSD tem ampliado sua influência na Bahia, conquistando 115 prefeituras nas eleições municipais de 2024. Além disso, Otto Alencar (PSD) assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, reforçando o peso político da sigla no cenário nacional.
Outro fator que fortalece o partido foi a reeleição de Adolfo Menezes (PSD) para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia. Pela terceira vez consecutiva, ele comandará a Casa, tendo como vice-presidente Ivana Bastos (PSD), o que amplia ainda mais o domínio da legenda no estado.

Críticas ao PT e a Busca por Consenso
A postura do PT tem sido vista como autoritária pelos aliados, especialmente por partidos como PCdoB, PSB e MDB. Há receio de que o partido tente monopolizar as decisões dentro da base aliada. Interlocutores afirmam que Jaques Wagner pode ser o mais prejudicado nessa disputa, pois Rui Costa teria maior influência dentro do grupo político.
Jerônimo Rodrigues, no entanto, tenta minimizar o embate, afirmando que ainda não há definições sobre as candidaturas:
“Vamos construir a unidade do grupo. Coronel é um senador nosso e queremos que ele siga conosco.”
Por outro lado, Angelo Coronel reforça que o diálogo é essencial e que o PSD não aceitará imposições:
“A gente sempre que montou as chapas para Wagner duas vezes, para Rui duas vezes e comigo, foi dialogando. A caixa não pode não caber todo mundo, então na caixa se não cabe naqueles cargos também não pode ficar de fora. Nós nunca deixamos ninguém de fora”
O Caminho para 2026
Com a eleição ainda distante, os desdobramentos políticos dependerão da negociação entre as siglas. A força do PSD no estado pode dificultar a formação da chapa “puro-sangue” do PT, tornando a disputa interna um fator decisivo para o futuro da base governista na Bahia.
O desafio do governador Jerônimo Rodrigues será equilibrar os interesses do PT com a necessidade de manter o apoio de seus aliados, evitando rupturas que possam enfraquecer sua candidatura à reeleição.
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