Conquista invisível: “Morador cego vive em frente a uma cratera”

Em diferentes bairros de Vitória da Conquista, moradores enfrentam diariamente dificuldades causadas por problemas estruturais que se arrastam há anos. A comunidade tem feito sua parte: registra, denuncia, solicita — mas a resposta, até agora, tem sido limitada ou inexistente em muitos casos.

No bairro Conveima II, ao lado da escola, um cachorro morto ficou abandonado na via pública. A situação foi comunicada à secretaria responsável, mas, diante da ausência de ação do poder público, funcionários da própria escola precisaram custear a retirada do animal. Um caso simples, que revela a gravidade da falta de resposta imediata.

Ainda no Conveima II, a Rua 30 está tomada por crateras. O tráfego de veículos é comprometido, pedestres se arriscam, e a sensação de abandono só cresce. A poucos metros dali, no bairro Jatobá, a Rua M apresenta uma situação ainda mais delicada: o morador Antônio, que é deficiente visual, vive em frente a uma enorme cratera. Ele não consegue sair de casa com segurança. Vizinhos relatam que já foram diversas vezes à prefeitura, solicitando o patrolamento da via. Mas a situação continua a mesma.

Na Rua A, também no Jatobá, o mato alto avança sobre a rua, dificultando a mobilidade e contribuindo para o acúmulo de lixo. O mesmo se repete no Loteamento Santa Terezinha, onde lixo e matagal se espalham pelas vias, sem manutenção regular.

No Loteamento Jardim Valéria, os moradores também cobram melhorias. O morador Guto Ferraz, falando em nome da comunidade, fez um apelo direto:

“A gente entende que o asfalto pode não vir de imediato, mas pelo menos um cascalhamento, uma passada de trator, seria uma medida emergencial. Nós só queremos condições mínimas para viver com dignidade.”

É um pedido justo, baseado em necessidades reais, que merece atenção.

Nos Campinhos, a situação é de alerta. Um terreno na Rua São Geraldo, ao lado da Rua São Jorge, está abandonado, tomado por mato e servindo de abrigo para animais peçonhentos. A moradora Maria Aparecida Cordeiro relatou a presença de uma cobra sucuri no local e chamou atenção para o risco à saúde pública:

“Abriram um córrego e deixaram cheio de água parada. A vizinhança está adoecendo por causa da dengue. A situação está perigosa para todos nós.”

Diante desse cenário, o que a população pede não é favor, mas o cumprimento de um direito básico: infraestrutura mínima para viver com segurança e dignidade.

Moradores do Jardim Valéria se reúnem ao lado de rua deteriorada para protestar contra o abandono e a falta de infraestrutura no bairro.

Reconhecemos os esforços já feitos em algumas regiões e sabemos que existem planos de intervenção em andamento. No entanto, enquanto as soluções definitivas não chegam, é fundamental que medidas paliativas sejam adotadas com urgência. A limpeza de vias, o patrolamento de ruas e o combate a focos de doenças são ações básicas e necessárias.

Vitória da Conquista tem uma população participativa, que quer colaborar e ser ouvida. Esperamos que as demandas apresentadas sejam acolhidas com a devida atenção.

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