Nos últimos meses, o cenário das empresas públicas federais tem chamado a atenção de economistas e gestores públicos. De acordo com dados do Banco Central, as companhias controladas pelo governo federal registraram um déficit de quase R$ 9 bilhões nos doze meses encerrados em agosto de 2025.
Esse valor é mais que o dobro do prejuízo observado no mesmo período de 2024. Com isso, fica evidente o rápido agravamento das contas dessas empresas, que enfrentam dificuldades crescentes de gestão e eficiência.
💰 A Conta Cai no Tesouro Nacional
Com o aumento dos prejuízos, o governo precisa injetar mais recursos para manter as estatais em operação. Essa ajuda financeira, conhecida como subvenção, representa o dinheiro que o Tesouro Nacional transfere diretamente para cobrir déficits e garantir a continuidade dos serviços públicos.
Desde 2017, essa despesa cresce de forma constante. Somente em 2024, o valor chegou a R$ 27 bilhões, o que representa um aumento de mais de R$ 3 bilhões em um ano. Portanto, o impacto fiscal dessas transferências vem se tornando cada vez mais significativo.
🏥 As Empresas Que Mais Recebem Recursos
Entre as empresas mais dependentes dessas subvenções estão:
- Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) — vinculada ao Ministério da Educação, a EBSERH administra hospitais universitários e recebeu quase R$ 11,5 bilhões em 2024.
- EMBRAPA — ligada ao Ministério da Agricultura, a empresa tem papel essencial no avanço tecnológico do agronegócio e também está entre as que mais receberam recursos.
- CODEVASF — Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, obteve mais de R$ 2 bilhões, reforçando sua atuação em projetos regionais e infraestrutura.
Além disso, outras empresas menores também se beneficiaram de repasses, mostrando que o problema é sistêmico e afeta diversos setores públicos.
⚠️ O Desafio da Sustentabilidade Financeira
Em resumo, o aumento das transferências do Tesouro revela um desafio estrutural: como tornar as estatais sustentáveis sem comprometer a qualidade dos serviços públicos. Embora muitas tenham papéis sociais importantes, o desequilíbrio financeiro constante pressiona as contas públicas e reduz a margem de investimento do governo em outras áreas essenciais.
Por outro lado, a falta de reformas e de gestão eficiente pode agravar ainda mais esse cenário. Portanto, se não houver mudanças concretas, o governo continuará ampliando os repasses para evitar crises operacionais — o que levanta uma discussão urgente sobre eficiência, transparência e responsabilidade fiscal.