Nos últimos anos, a crise política e econômica tem sido palco de decisões e discursos governamentais que revelam, mais do que nunca, a distância entre o poder e a realidade do povo. Sob o governo Lula, a inflação galopante tem devastado as mesas brasileiras, enquanto as “soluções” apresentadas flertam com o absurdo e o descaso.
Hoje, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, personificou essa desconexão ao sugerir que os brasileiros, diante da alta no preço das laranjas, simplesmente troquem de fruta. “Mudar a fruta que a gente vai consumir” foi a solução oferecida por quem deveria apresentar políticas robustas para mitigar a crise.
Essa postura expõe o despreparo e a negligência de um governo que prometeu picanha, mas entrega discursos vazios. Na prática, até mesmo a tão prometida picanha virou artigo de luxo. Segundo o IBGE, os preços das carnes subiram, em média, 20,84% no último ano, atingindo tanto os cortes mais nobres quanto os populares. A picanha, por exemplo, ficou quase 9% mais cara, enquanto itens básicos, como frutas e vegetais, também sofreram altas expressivas. Essa escalada nos preços penaliza ainda mais os mais pobres, que se veem sem alternativas acessíveis para alimentar suas famílias.
A fala de Rui Costa, ao invés de aliviar tensões, gerou uma onda de indignação nas redes sociais e entre especialistas. Afinal, ela ignora um princípio básico da governança: resolver problemas, e não transferir o ônus para o cidadão. Essa abordagem de “se vira” frente à crise alimenta a sensação de abandono entre aqueles que já lutam diariamente para colocar comida na mesa.

O Governo Lula e as Contradições
Durante a campanha eleitoral, a narrativa do governo era clara: “o povo voltará a comer picanha”. Essa promessa, que tocou fundo no imaginário de milhões, transformou-se em motivo de piada amarga. Enquanto a classe política discute qual fruta os brasileiros devem abandonar, milhões sofrem com a corrosão de seus salários, diante de preços que sobem descontroladamente.
Pior ainda, o governo parece se eximir de medidas concretas. A redução de alíquotas de importação foi apresentada como possível alternativa, mas com uma ressalva: produtos mais baratos precisam estar disponíveis no mercado internacional, o que nem sempre ocorre. Em outras palavras, uma solução meia-boca para um problema estrutural.
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Soluções Inexistentes e Impactos Reais
A inflação alimentícia vai além de tabelas e gráficos: ela é uma sentença cruel para famílias que já vivem no limite. A cada dia, mais brasileiros precisam abrir mão de alimentos básicos, enfrentando desnutrição e insegurança alimentar.
Enquanto isso, o governo Lula continua preso a narrativas ineficazes, incapaz de lidar com as raízes do problema — a falta de incentivos à produção, as políticas fiscais equivocadas e a ausência de investimentos estruturais que garantam alimentos acessíveis para todos.
O governo Lula deve repensar suas prioridades. Porque, enquanto a desconexão persistir, o prato do brasileiro continuará vazio, e a paciência do povo, cada vez menor.