Na última semana, um evento religioso no Distrito Federal chamou atenção: um bispo, ao lado de Frei Gilson, conduziu uma oração contra o comunismo diante de milhares de fiéis. Além disso, o gesto trouxe à tona uma postura histórica da Igreja Católica: a condenação clara e reiterada dessa ideologia.
Mas afinal, por que a Igreja sempre se posicionou contra o comunismo? E como isso ainda se aplica nos dias de hoje?
A longa tradição anticomunista da Igreja
Desde o século XIX, a Santa Sé alerta sobre os riscos espirituais e sociais do comunismo. De fato, diversos Papas publicaram encíclicas que apontam os perigos dessa doutrina, sempre destacando sua incompatibilidade com a fé cristã.
- Pio IX (1846) chamou o comunismo de “contrário ao direito natural” e um perigo para a própria ordem da sociedade.
- Leão XIII (1878) classificou-o como uma “peste mortal” capaz de destruir famílias e comunidades.
- Pio XI (1937), em sua encíclica Divini Redemptoris, afirmou que o comunismo é “intrinsecamente perverso”.
Portanto, desde o século XIX, a Igreja deixou claro seu posicionamento: o comunismo é incompatível com os princípios cristãos.
Excomunhão para quem aderisse
A condenação não ficou apenas nas palavras. Em 1949, o Papa Pio XII publicou o famoso Decreto do Santo Ofício contra o Comunismo, declarando que qualquer católico que promovesse ou apoiasse o comunismo seria automaticamente excomungado.
Além disso, João XXIII reforçou que até mesmo o chamado “socialismo moderado” não poderia ser aceito por cristãos.
Papas contemporâneos e o mesmo alerta
Mesmo após o fim da Guerra Fria, os últimos pontífices mantiveram o tom crítico:
- Paulo VI alertou sobre o avanço do marxismo na América Latina.
- João Paulo II foi um dos grandes símbolos da luta contra o comunismo, especialmente em sua Polônia natal.
- Bento XVI, por sua vez, denunciou as consequências do ateísmo marxista.
- Francisco, embora utilize uma linguagem diferente, também critica toda forma de ideologia que reduza a dignidade humana e negue a presença de Deus.
Assim, a mensagem permanece clara: os católicos devem manter-se atentos às influências ideológicas contrárias à fé.
E hoje?
Muitos acreditam que a ameaça do comunismo ficou no passado. No entanto, a Igreja continua a alertar os fiéis: toda ideologia que coloca o homem acima de Deus, que relativiza a moral e que ataca a família cristã deve ser rejeitada.
A oração anticomunista feita recentemente no DF não é um ato isolado, mas parte dessa tradição. Consequentemente, ela serve como um lembrete da importância de escolher a liberdade em Cristo, e não a servidão a ideologias.
A postura da Igreja contra o comunismo não é política, mas espiritual e moral. Portanto, ao longo da história, Papas e bispos têm reforçado que essa ideologia, por sua essência ateísta e materialista, é incompatível com o Evangelho.
O episódio no Distrito Federal mostra que a mensagem continua viva: o cristão é chamado a permanecer firme diante de doutrinas que atacam a dignidade humana e a fé.