O governo brasileiro anunciou um conjunto de medidas para tentar conter a alta da inflação nos alimentos. O plano inclui a redução e até a isenção total da alíquota de importação de diversos produtos da cesta básica, como carnes, açúcar, azeite de oliva, milho, biscoitos, café, sardinha, óleo de girassol e massas alimentícias. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) ainda precisa aprovar a medida, mas o governo espera que essa análise ocorra nos próximos dias.
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Apelo aos Estados
O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, também apelou para que os estados zerem o ICMS dos produtos da cesta básica, buscando aliviar ainda mais o custo para os consumidores. Alguns estados já adotaram essa medida, enquanto outros ainda avaliam a proposta.

Contexto Econômico
O governo tomou essas medidas em um contexto de preocupação com o aumento dos preços e a consequente perda de poder de compra da população, agravada pela queda na popularidade do presidente Lula. Além disso, o governo anunciou o reforço nos sistemas do Ministério da Agricultura, a aceleração de análises fitossanitárias e o fortalecimento dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Também decidiu priorizar a cesta básica no Plano Safra, essencial para o financiamento do agronegócio no país.
Avaliação dos Especialistas
Porém, economistas e especialistas avaliam que essas medidas podem ter pouco impacto prático na redução efetiva dos preços. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos como café, açúcar e carnes, o que limita a efetividade da importação como estratégia para conter a inflação. Além disso, custos com câmbio e logística podem anular eventuais ganhos.
Outro ponto levantado é que a principal causa da inflação atual é de demanda, impulsionada pelo aumento dos gastos públicos, e não pela escassez de produtos no mercado. Nesse cenário, medidas que reduzam a pressão fiscal ou promovam maior controle dos gastos governamentais seriam mais eficazes para conter a alta dos preços.
Como alternativa para atenuar os efeitos da inflação no dia a dia da população, o governo também pretende investir em uma campanha publicitária para alertar sobre a existência de produtos com preços reduzidos nos supermercados. Além disso, planeja criar um selo “Empresa Amiga do Consumidor” para incentivar práticas que beneficiem os clientes.