Uma jovem identificada como Lala viralizou nas redes sociais após publicar um vídeo em que expressa fortes opiniões sobre figuras políticas e empresariais de destaque. Chorando, ela afirmou odiar Jair Bolsonaro, seus filhos, Donald Trump e Elon Musk, além de “pessoas burras” e “bolsonaristas”. O vídeo, que rapidamente ganhou repercussão no TikTok e no X (antigo Twitter), dividiu internautas e levantou debates sobre a intensidade dos discursos nas redes.
“Eu odeio Bolsonaro, eu odeio Bolsonaro, eu odeio o filho do Bolsonaro, eu odeio Trump, eu odeio Elon Musk, eu odeio bolsonaristas, eu odeio pessoas burras”, disse a jovem no vídeo, que soma milhares de visualizações.
Além do desabafo político, Lala fez uma promessa pessoal: nunca mais se relacionar com ninguém. Segundo ela, o mundo seria “cruel demais” e as pessoas, “más demais”.
Repercussão e polarização digital
A publicação rapidamente se espalhou, gerando uma enxurrada de comentários. Parte dos usuários demonstrou empatia, dizendo compreender o “cansaço” e a “frustração” da jovem com o cenário político global. Outros, porém, criticaram o tom agressivo e apontaram que o discurso reproduz o mesmo ódio que ela diz repudiar.
O episódio expõe, mais uma vez, o clima de polarização e intolerância que domina o ambiente digital — onde emoções intensas costumam render mais engajamento do que reflexões equilibradas.
Entre o desabafo e o espetáculo
Embora seja natural que cidadãos expressem suas opiniões políticas, o caso de Lala levanta um ponto importante: até que ponto o desabafo pessoal deixa de ser uma forma de alívio e passa a se tornar parte do espetáculo das redes sociais?
A mistura entre emoção, política e exposição pessoal tem se tornado um padrão na internet. O que antes poderia ser uma conversa íntima ou um desabafo entre amigos, hoje vira conteúdo — muitas vezes consumido por milhões de desconhecidos.
De forma sutil, a viralização de vídeos como esse reflete um cansaço coletivo, mas também um vício em indignação: o público se envolve, comenta, compartilha e julga — tudo em questão de minutos.
A crítica necessária
Não é a primeira vez que alguém ganha destaque por expressar raiva política, e provavelmente não será a última. Mas vale lembrar que a indignação sem reflexão tende a se esgotar rápido — tanto para quem fala quanto para quem ouve.
A jovem tem o direito de se manifestar, assim como os internautas têm o direito de discordar. No entanto, quando o debate público se reduz a declarações de ódio, todos perdem: o diálogo se empobrece, a empatia desaparece e o ruído toma o lugar da conversa.
Em tempos de redes sociais aceleradas, talvez a revolução mais difícil — e mais necessária — seja a da moderação.