A Polícia Federal (PF) identificou indícios de que a advogada Catarina Buzzi, filha do ministro Marco Buzzi do Superior Tribunal de Justiça (STJ), recebeu R$ 1,12 milhão. O valor aparece em mensagens encontradas durante um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Cristiano Zanin.
O que foi apurado
A investigação revelou vários pontos importantes:
- A PF apura um esquema de venda de sentenças envolvendo lobistas, advogados, empresários e ex‑servidores de gabinetes de ministros.
- A empresa Fource Consultoria, em Cuiabá, e seus sócios são apontados como núcleo central do esquema.
- No celular do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, foram encontradas fotos de mensagens indicando que R$ 1,12 milhão teria sido transferido para Catarina Buzzi.
- Um comprovante de transferência de R$ 500 mil, identificado como “pagamento de honorários”, também consta nos arquivos apreendidos.
- Até o momento, o ministro Marco Buzzi não é alvo da investigação. A apuração foca em advogados, lobistas, empresários e ex‑servidores.
Posicionamentos
- A defesa de Catarina Buzzi nega que ela tenha atuado nos processos ou recebido valores dos investigados.
- O ministro Marco Buzzi declarou que não acompanha “as relações comerciais de sua filha ou de qualquer outro advogado” e reforçou que as pessoas citadas não participam de processos sob sua alçada.
Implicações e próximos passos
Caso os indícios se confirmem, a acusação representa manipulação de decisões judiciais em tribunais superiores. A PF já solicitou ao ministro Cristiano Zanin autorização para aprofundar as investigações envolvendo Catarina Buzzi e outros novos alvos.
Além disso, o relatório da PF alerta que processos em outras unidades jurisdicionais serão tratados separadamente, garantindo a efetividade das investigações.
Contexto e impacto
- Casos de venda de sentenças já ocorreram em várias instâncias no Brasil.
- A investigação levanta questões sobre transparência no Judiciário, independência da magistratura e a influência de intermediários como advogados e empresários.
- O episódio também impacta a percepção pública da Justiça e reforça a necessidade de mecanismos de fiscalização e controle.
Conclusão
O caso envolvendo a filha do ministro do STJ é um alerta sobre fragilidades na Justiça. Ele evidencia a importância de acompanhar investigações, exigir transparência e compreender como relações pessoais e profissionais podem afetar decisões judiciais.