Em um mundo onde a liberdade de expressão sofre ataques constantes, poucas histórias chocam tanto quanto a de Zhang Zhan. A jornalista chinesa, de 42 anos, recebeu uma nova condenação: mais quatro anos de prisão. O regime chinês a acusa de “provocar brigas e criar distúrbios”. Na prática, ela apenas mostrou ao mundo o que realmente acontecia em Wuhan no início da pandemia de Covid-19.
Quem é Zhang Zhan
Em 2020, quando o mundo ainda tentava compreender a dimensão do coronavírus, Zhang decidiu viajar até Wuhan para registrar a realidade. Munida apenas de uma câmera, relatou hospitais lotados, ruas desertas e cidadãos assustados.
Essas imagens e relatos contrariaram a versão oficial divulgada pelo governo chinês. Como resposta, as autoridades a prenderam e usaram acusações vagas para silenciá-la. No mesmo ano, Zhang recebeu uma sentença de quatro anos.
Após deixar a prisão em 2024, ela foi novamente detida. Agora, depois de um julgamento fechado e sem transparência, a Justiça chinesa impôs outra pena de quatro anos.
O peso das acusações
As autoridades utilizam acusações vagas de forma estratégica. Expressões como “perturbar a ordem pública” e “criar distúrbios” funcionam como instrumentos de repressão. Dessa maneira, qualquer voz crítica se torna alvo.
Diversas organizações internacionais reagiram ao caso. A ONU, a Amnistia Internacional e a Repórteres Sem Fronteiras classificaram o julgamento como arbitrário. Além disso, exigiram a libertação imediata da jornalista.
O custo humano
Por trás das manchetes existe uma história de sofrimento. Durante a primeira prisão, Zhang entrou em greve de fome e chegou a pesar apenas 37 quilos. As autoridades a submeteram à alimentação forçada, o que agravou seu estado de saúde.
Além disso, a vigilância constante intimida sua família e impede o acesso a informações confiáveis sobre sua condição atual.
O que o caso representa
A trajetória de Zhang Zhan ultrapassa sua experiência pessoal. O caso simboliza desafios globais:
- Liberdade de expressão sob ataque: governos autoritários usam leis vagas para silenciar jornalistas.
- A falta de transparência judicial: julgamentos secretos minam o direito à defesa.
- A coragem como resistência: ao denunciar o que presenciou, Zhang se tornou um símbolo da luta pela verdade.
Portanto, a condenação dela não afeta apenas uma pessoa. Afeta todos que defendem a democracia e o direito de informar.
Por que não podemos esquecer
Enquanto Zhang Zhan continua atrás das grades, sua história precisa ecoar. Ela mostra ao mundo que a liberdade de imprensa permanece frágil e vulnerável.
Por isso, cidadãos, jornalistas e organizações internacionais devem se mobilizar. É necessário pressionar pela libertação dela, cobrar justiça e impedir que sua voz seja silenciada.