No próximo domingo, 21 de setembro de 2025, às 14h, em Copacabana (Posto 5, Rio de Janeiro), acontece o ato musical “Rio de Janeiro nas Ruas”. O evento protesta contra a PEC da Blindagem, apelidada de “PEC da Bandidagem”, e também contra o projeto que tenta conceder anistia aos condenados do 8 de janeiro de 2023.
Entre os nomes confirmados estão três gigantes da música popular brasileira: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Esses artistas, que já foram perseguidos e anistiados no passado, agora se posicionam contra o perdão a quem foi condenado por atacar a democracia.
A história se repete, mas em lados opostos
Durante a ditadura militar (1964-1985), Chico, Caetano e Gil enfrentaram censura, perseguição e até o exílio. A Lei da Anistia de 1979 devolveu direitos políticos, permitiu o retorno de exilados e encerrou processos contra opositores do regime.
Naquele contexto, a anistia significava reparação e reconciliação. Hoje, a situação é diferente. Para os artistas, não se pode confundir o perdão concedido a perseguidos políticos com a anistia aos condenados do 8 de janeiro.
O que está em jogo
O PL da Anistia tenta perdoar os condenados do 8 de janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados em Brasília.
Além disso, a PEC da Blindagem, já aprovada na Câmara, dificulta que deputados e senadores sejam processados sem autorização do próprio Congresso. Para críticos, essa medida cria privilégios e abre espaço para a impunidade.
Essas duas propostas caminham juntas. Por isso, movimentos sociais, juristas, professores e artistas reforçam: elas representam um retrocesso no Estado de Direito.
A voz dos artistas
Em vídeo recente, Caetano Veloso convocou a sociedade a reagir:
“A PEC da Bandidagem tem que receber da sociedade brasileira uma resposta saudável. E ainda mais agora, quando às pressas querem aprovar esse projeto de anistia. Não pode ficar sem resposta.”
Já Chico Buarque e Gilberto Gil confirmaram presença no ato. Para eles, a democracia só se fortalece quando há responsabilização de quem tenta destruí-la.
Quando artistas que já receberam anistia no passado afirmam “sem anistia”, a mensagem é clara: a democracia não pode ser relativizada.
O ato em Copacabana será mais que um show. Ele se tornará um grito coletivo contra a impunidade e um chamado à defesa da democracia.

