O ministro Luiz Fux, conhecido por sua postura de cautela, surpreendeu ao dizer em público o que muitos já sabiam: o processo contra Bolsonaro e outros réus tem falhas sérias. Ao assumir essa posição, ele trouxe à tona pontos que antes eram tratados como meros detalhes.
Fux disse o óbvio
Durante o julgamento da chamada “trama golpista”, Fux destacou que as ilegalidades apontadas pelas defesas não foram analisadas no mérito do caso. Segundo ele, essas questões haviam sido avaliadas apenas quando a denúncia foi recebida. No entanto, o julgamento atual é o momento adequado para examinar os argumentos de forma completa.
Com essa fala, deixou claro algo que já incomodava advogados e parte da sociedade: nem tudo foi devidamente considerado. Ao expor esse aspecto, transformou o óbvio em uma crítica direta à condução do processo.
O voto que mexeu no julgamento
Em seu voto, Fux foi além. Ele afirmou que o Supremo Tribunal Federal não tem competência para julgar Bolsonaro e os demais réus nesse processo. Para o ministro, os acusados deveriam ser processados em instâncias adequadas, fora da esfera do STF.
E, mesmo que o caso fosse analisado pelo Supremo, Fux frisou que a decisão deveria ser apreciada pelo plenário, com todos os ministros, e não apenas pela Primeira Turma. Essa declaração ampliou as críticas à condução do processo e abriu uma nova frente de debate jurídico.
Questionamentos que expõem o processo
Além disso, Fux sinalizou que pode divergir de Alexandre de Moraes em pontos centrais, como a aplicação de certos crimes e a definição das penas. Em julgamentos anteriores, já havia defendido punições mais brandas. Isso reforça a expectativa de que seu voto pode alterar o rumo da decisão.
Outro episódio aumentou a tensão. Enquanto Moraes lia seu voto, o ministro Flávio Dino interveio. Fux, então, cobrou o cumprimento do acordo entre os magistrados: cada voto deveria ser apresentado sem interrupções. Essa reação mostrou que não há apenas divergências técnicas, mas também disputas de bastidores.
Conclusão
Quando Fux diz o óbvio, ele nos lembra que a Justiça não se move apenas por códigos e leis. Há pressões, tensões políticas e acordos internos que influenciam o resultado final. Assim, ao questionar a competência do Supremo e defender que o julgamento deveria ocorrer no plenário, ele também reforça a necessidade de vigilância constante sobre os rumos da Justiça brasileira.